O que são os meniscos?
Os meniscos são duas estruturas em forma de meia-lua no joelho que atuam como amortecedores entre o fêmur e a tíbia, dissipando o estresse e dispersando as cargas compressivas. Existem variações da forma do menisco entre elas a forma discóide que será apresentada nessa página.
Lembrando que as funções do menisco incluem transmissão de força, aumento da congruência articular e estabilização secundária do joelho.
O que é um menisco discóide ?
O menisco discoide é uma variação anatômica rara do menisco, uma estrutura de cartilagem que atua como um amortecedor entre os ossos do joelho (fêmur e tíbia). Ao contrário de um menisco normal, que tem uma forma em “C”, o menisco discoide é mais espesso e tem um formato mais arredondado, semelhante a um disco, o que pode afetar a biomecânica do joelho. Essa condição é geralmente congênita, ou seja, a pessoa já nasce com ela, e pode afetar um ou ambos os joelhos.
Eles são classificados como completos, incompletos e variantes de Wrisberg.
Quando essas variantes estão presentes e sintomáticas, muitas vezes podem levar à dor e sensação de estalo no joelho, comumente referida como “síndrome do joelho que estala”.
Etiologia do Menisco discóide
Sugere-se que o menisco discóide seja congênito. Entretanto, a causa exata ainda é motivo de amplo debate na literatura, podendo existir diversas etiologias.
Sintomas do Menisco discóide
Nem todas as pessoas com menisco discoide apresentam sintomas. Em alguns casos, a condição pode ser assintomática e descoberta acidentalmente em exames de imagem. No entanto, quando os sintomas ocorrem, eles geralmente incluem:
- Dor no joelho: Especialmente após atividade física ou movimentos repetitivos.
- Estalos no joelho: Sensação de estalo ou clique ao mover o joelho, muitas vezes audível.
- Inchaço: O joelho pode inchar devido à inflamação, especialmente após esforço.
- Instabilidade articular: Algumas pessoas sentem que o joelho está “falhando” ou travando durante o movimento.
- Limitação de movimento: Em casos mais graves, o menisco pode impedir o movimento completo de flexão ou extensão do joelho.
Se houver uma ruptura ou instabilidade, os sintomas geralmente se desenvolvem no joelho acometido.
A síndrome do joelho em ressalto, na qual um estalo é ouvido no final do movimento, geralmente está relacionada a uma variante instável do menisco, como o Wrisberg.
Acredita-se que microtraumas repetitivos no arranjo anormal do colágeno causem rupturas horizontais após devido à degeneração.
Diagnóstico do Menisco discóide
Um dos pontos importantes no diagnóstico do Menisco Discóide é obter uma história adequada do paciente associado a um exame físico minucioso.
O diagnóstico de menisco discoide é feito por meio de exames de imagem. Após a avaliação clínica e o relato dos sintomas, o médico pode solicitar os seguintes exames:
- Ressonância Magnética (RM): O exame mais utilizado para visualizar o formato do menisco e identificar possíveis rupturas ou lesões associadas.
- Radiografias: Embora não visualizem diretamente o menisco, existem sinais que sugerem a existência, e também podem ajudar a descartar outras condições ósseas.
O exame de imagem complementar que auxilia no diagnóstico é a Ressonância Magnética do joelho. Através dela podemos identificar através de medidas específicas o tamanho do menisco, além de detectar a presença de ruptura ou um deslocamento do menisco discóide.
Tratamento do Menisco discóide
Os fatores que determinam o tratamento incluem o tipo de menisco discóide, sintomas concomitantes, duração dos sintomas e idade.
A maioria dos casos de menisco discóide permanece assintomática e não requer tratamento cirúrgico, uma vez que o joelho pode ter se adaptado à anatomia discóide e continua funcionando bem.
Se houver sintomas como dor, travamento, inchaço, falseios ou instabilidade, o tratamento cirúrgico pode ser necessário.
A meniscectomia total é geralmente evitada em crianças, exceto em casos raros em que todo o menisco é considerado irrecuperável. Há a preocupação de que a retirada total do menisco possa gerar artrose precoce do joelho.
A meniscectomia parcial (saucerização) com preservação de um rebordo periférico estável, com ou sem reparo periférico, é eficaz e tem sido recomendada por muitos autores. Durante o procedimento, o cirurgião pode remodelar o menisco discoide para restaurar sua forma mais próxima do normal (meniscectomia parcial), preservando o máximo possível do tecido saudável.
A artroscopia pode ser necessária para confirmar o diagnóstico e realizar o tratamento do menisco discóide em um paciente sintomático com instabilidade ou com a variante de Wrisberg.
Complicações
Após meniscectomia parcial (saucerização) e/ou reparo de um menisco discóide, o menisco remanescente é mais vulnerável à reruptura do que o menisco normal. Além disso, muitos estudos sugerem que a meniscectomia total pode levar a um alto risco de osteoartrite.
Uma complicação exclusiva da cirurgia do menisco discóide é a osteocondrite dissecante (OCD) do côndilo femoral lateral, que pode ocorrer após a meniscectomia total ou parcial do menisco lateral discóide. A impacção repetida na estrutura condral imatura após a ressecção do menisco discóide pode predispor ao desenvolvimento de OCD no côndilo femoral lateral.
Além disso, a mudança de alinhamento para valgo após a ressecção de um menisco discóide espesso pode levar a um estresse concentrado no côndilo femoral lateral.
Conclusão
O menisco discoide é uma variação anatômica que pode causar sintomas como dor, estalos e instabilidade no joelho. Embora muitas vezes assintomático, pode exigir tratamento cirúrgico em casos mais graves. O diagnóstico precoce e o manejo adequado são fundamentais para evitar complicações e garantir uma boa qualidade de vida.